sexta-feira, 1 de agosto de 2014

4 poemas de Babilak Bah em VOOMIRAGEM











BABILAK BAH









in: VOOMIRAGEM / 2003





SEM NENHUM GLAMOUR

Atravessei.
VáriosNaufrágiosDalamaCrieiMeu
Saber
MuitosDeMim
JáTombaramDianteDasBatalhas
Outros
SepultadosSemNenhumGlamour
NaGloriosa
NegligênciaAbsoluta!
AquiNaAuroraDeHoje!Consumido
PeloOlhoDaPedra
PedrasQueAtravessaram
o
CaminhoDeDrummond
Alimentando
o
VenenoDoEscorpiãoOperante
o
Crepúsculo
DosHolofotesColhoNoHorizonte
DasIlusões
o
RestoDeOntem...
Os
FragmentosDeMim
Escorpiões
SempreMePicaramComLouvor.
RenasçoEmOutroNorte
a
Morte
é a
ArteQueMaisMeRecriou
MorriEmMimMesmoVáriasVezes
NoVersoDoSubmundoDasVísceras
EjaculadoEmPoeiraEAço




...



Soberba do bronze
Subúrbio ácido

Choro do ferro
Sepultado em ferrugem

Catástrofe da voz
Corpo demolido

Escombros em silêncio
Conflito das foices

Na guerra dos gansos

Tropeço da fala
Solidão do fígado


Sentimento retorcido
Agressão do olho

Evangelho da língua
Dicionário da selva

Pássaro de aço açoita o arranha-céu

Gula do asfalto





O voo cego, a flecha mira o alvo
                            A cegueira é vã, o voo, o alvo, a flecha pagã
Apaga o cego, flecha o alvo, o voo atinge a cegueira
                           O voo cego, a cegueira da flecha sem alvo
Sem flecha, o cego atinge a cegueira
                         A cegueira não atinge o cego, flecha sem voo
Sem flecha, o voo atinge o alvo cego
                            A cegueira bem no alvo, apaga o voo cego
A flecha atinge o cego, livra-o da cegueira

                              O voo no alvo







Poeta
É pedra dura
Tanto bate que perdura







Babilak Bah – poeta & músico. BH/MG. Obra: VooMiragem / 2003








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